O lema de uma turma de jovens comunicadores de outros tempos
Este pequeno trecho do poeta uruguaio Mário Benedetti foi escolhido o lema da minha turma de Comunicação Social na Universidade Católica de Pelotas, no longínquo e ao mesmo tempo tão próximo 1984. Encontrei-o hoje, ao rever, em tom já amarelado, o convite de nossa formatura. Traduz o retrato de um tempo sofrido, mas igualmente de insuperável esperança:
“… se uns caminhos se fecham, há que buscar outros. E no caso de que não existam, há que abri-los. Se os censores fecham a imprensa independente, se os canais de comunicação são destruídos, se as vias de informação são tapadas, nada disso deve impedir, contudo, que a verdade assome sua indiscreta presença. Sempre haverá esquinas, muros, pátios, cartazes, plataformas, paróquias, sótãos, terraços, onde escrever o que for preciso. Depois de tudo, se chegamos a uma situação em que a verdade não pode ser difundida por meios mecânicos, sempre nos resta a atração ao sangue.”
Mário Benedetti (poeta uruguaio)