A “morte do nascimento”
Como professor e pesquisador da Comunicação Organizacional gostaria de deixar claro, aqui, que não vejo como um crime possa vir a ser gerenciado como uma crise, não vejo como discursos verbais possam mudar percepções, imagens e reputações. Todo crime contra a vida deveria ser inafiançável. Não há multa que os pague. Não há desculpas que os justifiquem. Não há plano algum de comunicação que apague os efeitos. Não há storytelling institucional que reorganize os fatos. A vida, aqui, foi atingida na sua origem. Vidas humanas, vidas de milhares de espécimes animais, vidas vegetais foram simplesmente exterminadas no hoje e no amanhã. Com elas se foram também sonhos, memórias, histórias, referências. Trata-se da “morte do nascimento”, como bem definiu Paul Hawken no seu livro The Ecology of Commerce, causada pela busca irrefreável do lucro, ou como costumam amenizar muitos “profissionais”, do “retorno sobre o investimento”, da “remuneração justa aos investidores e acionistas”.