Rupturas paradigmáticas desafiam pesquisa, criação e inovação
Há quase dois anos, ao abrirmos os trabalhos de um projeto de pesquisa sobre as rupturas provocadas pela convergência digital na comunicação, nas organizações e na sociedade, lançamos o manifesto Nada Será Como Antes (veja aqui).
Esse manifesto se originou da constatação de que, na sociedade, os sinais de ruptura já são observados nas instituições, nos sujeitos, na sociabilidade, nas reconfigurações culturais, nas relações entre gerações, no sistema produtivo, no conhecimento, nas relações de poder. Em todas as dimensões da vida em sociedade, há rupturas que reforçam a necessidade de aportar novos mapas que permitam aos sujeitos navegar e responder às demandas e oportunidades desse mundo em fluxo e em transformação.
No campo das organizações, a convergência digital provoca já há alguns anos redefinições e flexibilização de objetivos, fluxos e processos. Aponta para uma relação sem vínculos, sem estabilidade, em que a tecnologia permite concentrar poder sem centralizar e induz à permanente reinvenção.
Diante desse quadro, a concepção dinâmica dos sistemas e a oportunidade de abordá-los desde os paradigmas da complexidade aparecem como o caminho mais viável para pensar a comunicação organizacional como uma matriz relacional e participativa, concebida como lugar de encontro e de geração conjunta de significações, espaços e símbolos compartilhados.