Afonso Romano de Sant’Anna: mentes simples e mentes complexas

João J. A. Curvello | Reflexões | sábado, abril 26th, 2008

Este texto foi publicado originalmente na coluna do poeta no Correio Braziliense:

Mentes simples e complexas (Affonso Romano de Sant’Anna)

A mente simples é retilínea, plana.
A mente complexa é curva, elíptica.
A mente simples acredita que somando dois com dois vai chegar ao quatro.
A mente complexa sabe que somando dois com três pode chegar a vários resultados, até mesmo, eventualmente, ao quatro.
A mente simples afirma que a linha reta é a menor distância entre dois pontos.
A mente complexa sabe que o universo é curvo e que, portanto, a curva pode também ser a menor distância entre dois pontos.
A mente simples acredita que o que não é branco é preto.
A mente complexa sabe que existe um espectro de cores e é com essa palheta que se chega ao arco-íris.
A mente simples diz furiosa: olho por olho, dente por dente.
A mente complexa pondera como Gandhi, e sabe que dizendo olho por olho acabaremos todos cegos e desdentados.
Lembram-se de quando dividíamos o mundo em esquerda e direita?
Hitler não era de direita nem Stalin de esquerda.
Hitler e Stalin eram mentes perversamente simples.
A mente simples não vê matizes.
É o bem contra o mal, o certo contra o errado, o Ocidente versus Oriente.
O terrorista tem uma mente terrivelmente simples.
O pacifista, até o pacifista, pode ter uma mente desarmadamente simples.
A arte não é uma coisa simples, embora alguns a simplifiquem em receitas, objetos de consumo e marketing.
Bruneleschi e Alberti, que descobriram a perspectiva no Renascimento, não tinham uma mente simples. Goya não tinha uma mente simples. Clarice não tinha uma mente simples. Nem Guimarães Rosa. Bach era simplesmente complexo.
A mente complexa é a que está sempre aberta para novas dimensões. Newton percebeu dimensões novas no universo. Einstein agregou a quarta dimensão. E agora Stephen Hawking nos anuncia que há pelo menos 21 dimensões ou realidades diferentes.
Olhemos a biologia: o ovo não é quadrado. O coração não é retangular. O DNA são espirais que se procuram a si mesmas num interminável balé de curvas.
Olhemos as galáxias. E os ventos. E os vulcões. E as tempestades. Não são simples, não marcham em linha reta.
O amor, ah!, o amor, não é, nunca foi uma coisa simples.

Pesquisa sobre Comunicação Interna

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional | terça-feira, abril 22nd, 2008

A ABERJE – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial divulgou no final de 2007 mais uma rodada de sua já tradicional pesquisa sobre a comunicação interna nas empresas. Participaram da amostra 164 das maiores empresas brasileiras.

O interessante dessa pesquisa é a possibilidade de acompanhar a evolução do pensamento estratégico na área e também as mudanças de perfis quanto ao uso das mídias internas, desde 2002, ano da primeira edição.

Você pode fazer o download da versão em PDF neste link.

O clássico termo Comunicação Interna, no entanto, vem sendo questionado em razão das limitações da chamada visão “geográfica” do público e também em função das profundas mudanças nas relações de trabalho. Sobre esse assunto, voltaremos a falar em outro post.

Criatividade e inovação

João J. A. Curvello | Teorias | segunda-feira, abril 21st, 2008

A criatividade é definida, geralmente, a partir de três variáveis.

A primeira, taumatúrgica, a concebe como algo mitológico, milagroso (o fazer algo do nada), associada ao desejo, ao sonho, à esperança. Como nos versos de García Lorca : “todas as coisas têm um mistério / e a poesia é um mistério que tem todas as coisas”.

A segunda variável é marcada pela combinação incomum de lógica e intuição. Normalmente, nas organizações, a criatividade resulta muito mais de um esforço do que de uma habilidade, pois empresas preferem usar o caminho da lógica. Para o professor José María Ricarte, da Universidad Autónoma de Barcelona, a combinação de lógica e intuição poderia ser descrita assim:

    pensamento + idéia + processo + solução = criatividade
    busca + encontro = criatividade
    verdade + beleza = criatividade

Ela resulta da conjunção entre as concepções de Aristóteles (o filósofo da lógica e da busca da verdade) e Platão (filósofo da intuição e da busca da beleza).

A terceira variável encara a criatividade como instrumento de trabalho. Nessa concepção, criatividade resulta de uma atitude de aprendizagem. Como afirmou Kenichi Ohmae, criatividade não é algo que se ensina, mas que deve ser aprendido. Dessa forma, inovar é gerenciar a criatividade, é mudar, é alterar, é introduzir novidades.

Outra boa metáfora para o processo criativo é a da banda de jazz: em que a soma da variedade aparentemente caótica de improvisos gera qualidade musical. O improviso, geralmente visto como risco, passa a ser entendido como uma saudável provocação da individualidade criativa.

Blogs de outras turmas

João J. A. Curvello | Convergência Digital | quarta-feira, abril 16th, 2008

O professor Sérgio Sá informa que os blogs (blogues?) das turmas de Técnicas de Produção Jornalística 3 (opinião), da UCB, estão a pleno vapor.

Se tiverem um tempinho, entrem, confiram, opinem. E divulguem.

http://opinativo.wordpress.com (turma da manhã)

http://refeito.wordpress.com (turma da noite)

Uma aula de jornalismo

João J. A. Curvello | Teorias | terça-feira, abril 15th, 2008

O professor Manuel Carlos Chaparro, da ECA/USP, dá uma verdadeira aula ao explicar a cobertura jornalística do caso Isabella.

Vale a pena conferir esse e outros vídeos, além dos primorosos textos, no blog O Xis da Questão.

Sobre as publicações impressas

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional | sábado, abril 12th, 2008

Nesta semana, depois de apresentar em aula o resultado de uma pesquisa que atestava a crescente substituição das mídias impressas pelas eletrônicas no ambiente da comunicação organizacional, uma aluna perguntou qual minha opinião sobre o uso das publicações impressas pelas organizações.

Lembrei, então, de uma entrevista que realizaram comigo, há quase 10 anos, para o effe,B Magazine, publicado pela effe,B Editora, de São Paulo. Hoje, relendo a referida entrevista, percebo que ainda penso dessa forma sobre o uso dos meios impressos. Creio que vale a pena compartilhar:

effe,B – Qual a importância para uma empresa ter revista ou informativo?

Curvello – Nos últimos anos, a comunicação empresarial ganhou status de instância estratégica para que as empresas alcancem seus objetivos e satisfaçam às necessidades de seus públicos. Assim, verificamos um grande aumento na demanda por novos veículos e canais para atingir a esses públicos. Do velho e único “jornalzinho de empresa”, migramos para uma gama de novos meios que passam por TVs, Rádios Corporativas, eventos estratégicos, até chegarmos à Internet e à Intranet, que estão revolucionando o modo de conceber e fazer comunicação.

Mas apesar dessa gama de novos veículos, eletrônicos na sua maioria, vislumbra-se também um grande espaço para revistas e informativos impressos, uma vez que esses meios garantem portabilidade, acesso e possibilidade de tratamento em profundidade que fazem com que não possam, ainda, ser totalmente substituídos pelos chamados “veículos quentes”.

effe,B – Para que serve a revista ou informativo empresarial?

Curvello – As revistas ou informativos empresariais servem para falar com o empregado fora do ambiente de trabalho ou com o cliente, quando ele já nem se lembra da empresa. Ou seja, revistas ou informativos tem essa possibilidade de levar a empresa aos seus públicos estratégicos onde esses públicos estão.

Servem para informar, estimular e integrar a empresa a seus públicos. E como já disse, alguns temas exigem espaço e tratamento mais profundo, o que só pode ser exercido em um veículo impresso.

effe,B – Toda empresa deve ter um meio de comunicação com clientes e funcionários? Por quê?

Curvello – Clientes e funcionários são públicos estratégicos para o sucesso de qualquer empresa e, como tal, não podem deixar de ser informados. Tenho visto, nos últimos tempos, uma opção de algumas empresas pelos chamados veículos para público misto (empregados, fornecedores, clientes, etc.) Acredito que essa opção é muitas vezes adotada em razão de economia. Mas ainda sou favorável ao tratamento segmentado dos públicos, pois as pesquisas indicam que a comunicação dirigida alcança melhores resultados do que a comunicação massiva.

effe, B – Qual o momento para a empresa decidir fazer uma revista?

Curvello – Quando decide crescer. Porque para uma empresa pequena, na maioria das vezes, não se justifica o investimento. Mas se a empresa planeja crescer, uma revista pode ajudar muito nos esforços de integração dos empregados ou de fidelização e ampliação da base de clientes. Juntamente com outros veículos, a empresa pode montar um mix de produtos de comunicação que ampliam em muito o alcance das mensagens corporativas.

effe, B – Por que procurar uma empresa especializada, com serviços de jornalismo, arte e diagramação ao invés de produzir a revista no próprio RH ou marketing, por exemplo?

Curvello – Essa é uma tendência que me parece irreversível. Os departamentos de comunicação e de marketing e até mesmo o de RH estão sendo muito mais demandados como formuladores de estratégia do que como executores de tarefas de comunicação. As equipes estão ficando cada vez mais reduzidas e as empresas já não querem só o técnico, mas aquele profissional dotado de competências como sensibilidade, criatividade e visão sistêmica. E em razão das necessidades de enxugar estruturas, cortas gastos e focar suas atividades no negócio da empresa, muitas atividades devem mesmo ser terceirizadas. A produção de revistas, informativos, eventos, etc. se enquadram nessa gama de atividades.

effe, B – É importante que este produto seja escrito com linguagem apropriada e seja visualmente bonito?

Curvello – Sem dúvida. Porque já vimos que a concorrência com outros meios bastante dinâmicos exige um tratamento de qualidade editorial e gráfica no mínimo excelente, para que se obtenha a atenção dos leitores.

effe, B – Como está o mercado de publicações empresariais no Brasil em relação ao mundo?

Curvello – Eu diria que a forte concorrência levou o mercado de publicações empresariais no Brasil a atingir um nível de profissionalismo que o aproxima do que de melhor se faz no exterior. O grande problema ainda está relacionado aos custos. Apesar dos avanços tecnológicos na área editorial, os custos de produção e impressão ainda continuam muito altos. A redução desses custos poderia ampliar ainda mais o mercado.

Inscrições para ABRAPCORP 2008 vão até 21 de abril

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional | terça-feira, abril 8th, 2008

iicongresso

As inscrições para o II Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas- II Abrapcorp 2008 estão abertas até o dia 21 de abril de 2008.

O Congresso ocorrerá em Belo Horizonte, na PUC Minas, nos dias 28, 29 e 30 de abril.

Para mais informações, acesse o último boletim eletrônico.

Para começar a entender as teorias sistêmicas

João J. A. Curvello | Teorias | domingo, abril 6th, 2008

Uma boa forma de se aproximar das teorias sistêmicas é assistir ao filme O Ponto de Mutação, dirigido por Bernt Capra e baseado nos textos de Fritjof Capra e no livro homônimo.

Ao apresentar as teorias desenvolvidas por autores como Ilya Prigogine, Gregory Bateson, Humberto Maturana e Francisco Varela, o livro e o filme propõem uma visão sistêmica, múltipla e relacional para compreender a vida, as culturas e a sociedade.

Uma experiência hipermidiática

João J. A. Curvello | Convergência Digital,Sem Categoria | domingo, abril 6th, 2008

palmares

O documentário Nação Palmares, produzido pela Agência Brasil, está no ar desde outubro de 2007.
Trata-se de uma das mais bem-sucedidas experiências de convergência de linguagens narrativas, na categoria de hipermídia.

Clique na imagem e viva a experiência.

Blogs da Turma

João J. A. Curvello | Convergência Digital | sábado, abril 5th, 2008

A turma MNB de Jornalismo e Convergência Digital da Universidade Católica de Brasília já iniciou o processo de produção jornalística por meio dos blogs.

Confira abaixo a lista de blogs e suas respectivas linhas editoriais:

http://helidafernanda.blogspot.com
- Ética no jornalismo e observatório da mídia
http://faujornalista.blogspot.com
- Adoção
http://ninalou19.blogspot.com
- Orientações sobre a infância
http://kakasessao.blogspot.com
- Críticas da Sessão da Tarde
http://liveredcarpet.blogspot.com
- Cinema, Filmes sem Preconceitos
http://oliflorencia.wordpress.com
- Moda
http://lanynhatorres.blogspot.com
- Cinema, Estética, Moda
http://esporteculturapolitica.blogspot.com
- Esportes, Cultura e Política
http://dfnoticiasdf.blogspot.com
- Comentário sobre a principal notícia do dia com fórum de debates
http://blogdaestrutural.blogspot.com
- Informativo sobre o movimento da Via Estrutural
http://monicacplaza.blogspot.com
- Música
http://taticomentanovelas.blogspot.com
- Teledramaturgia
http://opiniaosemanal.zip.net
- Crônica do cotidiano, análise de notícias
http://rafaelalvesdeoliveira.blogspot.com
- Esporte
http://nupciasdeescandalo.blogspot.com
- Cultura, Cinema, Holiwood
http://tatahjornalismo.blogspot.com
- As notícias do dia na visão dos jovens
http://clicacinema.blogspot.com
- Crítica cinematográfica
http://caiobrant.blogspot.com
- Direitos do Consumidor
http://sopletras.blogspot.com
- Acessibilidade, Podcast, Deficiência Visual
http://julianacultural.blogspot.com
- Agenda cultural dos eventos de Brasília

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