Criatividade e inovação

João J. A. Curvello | Teorias | segunda-feira, abril 21st, 2008

A criatividade é definida, geralmente, a partir de três variáveis.

A primeira, taumatúrgica, a concebe como algo mitológico, milagroso (o fazer algo do nada), associada ao desejo, ao sonho, à esperança. Como nos versos de García Lorca : “todas as coisas têm um mistério / e a poesia é um mistério que tem todas as coisas”.

A segunda variável é marcada pela combinação incomum de lógica e intuição. Normalmente, nas organizações, a criatividade resulta muito mais de um esforço do que de uma habilidade, pois empresas preferem usar o caminho da lógica. Para o professor José María Ricarte, da Universidad Autónoma de Barcelona, a combinação de lógica e intuição poderia ser descrita assim:

    pensamento + idéia + processo + solução = criatividade
    busca + encontro = criatividade
    verdade + beleza = criatividade

Ela resulta da conjunção entre as concepções de Aristóteles (o filósofo da lógica e da busca da verdade) e Platão (filósofo da intuição e da busca da beleza).

A terceira variável encara a criatividade como instrumento de trabalho. Nessa concepção, criatividade resulta de uma atitude de aprendizagem. Como afirmou Kenichi Ohmae, criatividade não é algo que se ensina, mas que deve ser aprendido. Dessa forma, inovar é gerenciar a criatividade, é mudar, é alterar, é introduzir novidades.

Outra boa metáfora para o processo criativo é a da banda de jazz: em que a soma da variedade aparentemente caótica de improvisos gera qualidade musical. O improviso, geralmente visto como risco, passa a ser entendido como uma saudável provocação da individualidade criativa.

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