UCB seleciona professores de comunicação

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional,Convergência Digital,Pós-Graduação,Teorias | sexta-feira, dezembro 18th, 2009

O curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Brasília abre editais para contratação de professores para as seguintes áreas e atividades de ensino:

1) Fotografia
Atividades: ministrar as disciplinas Fundamentos da Linguagem Audiovisual, Introdução à Fotografia, Fotojornalismo e Foto Publicitária, orientar projetos experimentais (TCC).
Requisitos: Ter pós-graduação, preferencialmente com doutorado em Comunicação Social, Audiovisual ou Cinema. Experiência em produção fotográfica.

2) Design Gráfico
Atividades: ministrar as disciplinas Editoração Eletrônica, Produção Gráfica, Design Gráfico para Publicidade, Design Gráfico para Jornalismo, Direção de Arte, orientação de alunos em projetos experimentais (TCC).
Requisitos: Ser graduado em Comunicação Social, Desenho Industrial, Artes Visuais, Arquitetura ou áreas afins. Preferencialmente com pós-graduação.

3) Jornalismo
Atividades: ministrar as disciplinas Técnicas de Redação Jornalística II, Técnicas de Redação Jornalística III, Produção e Edição de Impressos, orientação de alunos em projetos experimentais (TCC).
Requisitos: Ser graduado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Obrigatório pós-graduação, preferencialmente doutorado em Comunicação Social. Experiência em produção de textos jornalísticos e comprovada atuação profissional em empresa jornalística.

4) Publicidade
Atividades: ministrar as disciplinas Técnicas de Redação e Produção para Mídia Impressa, Técnicas de Produção e Redação para Rádio e Linguagem Publicitária; orientar projetos experimentais (TCC).
Requisitos: Graduação em Publicidade e Propaganda, Propaganda e Marketing ou similar. Obrigatório pós-graduação, preferencialmente doutorado em Comunicação Social. Atuação comprovada como redator publicitário no mercado.

5) Teoria
Atividades: ministrar as disciplinas Sociologia Geral, História da Comunicação, Teorias da Comunicação I; orientar projetos experimentais (TCC).
Requisitos: Ter pós-graduação, preferencialmente doutorado em Comunicação Social. Experiência em docência.

6) Vídeo
Atividades: ministrar as disciplinas Fundamentos da Linguagem Audiovisual, Técnicas de Redação para TV e Cinema, Produção e Edição em TV e Produção e Edição em Rádio orientar projetos experimentais (TCC).
Requisitos: Graduado em Comunicação Social ou Audiovisual, preferencialmente com mestrado ou doutorado em Comunicação Social, Audiovisual ou Cinema. Experiência comprovada em produção audiovisual.

Os editais completos estarão disponíveis a partir do dia 17 de dezembro no endereço: http://vulcan.ucb.br/vagasucb/vagasucb.ucb/vagas
As inscrições serão feitas pelo próprio site.

Margarida Kunsch lança três novos livros

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional,Reflexões,Teorias | domingo, agosto 9th, 2009

A professora Margarida Kunsch, da USP, lança nesta terça-feira, dia 11, às 19 horas, na Livraria da Vila, em São Paulo, três novos livros que expressam o pensamento contemporâneo brasileiro de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas.

Muito nos honra ter participado deste projeto. No volume 1, do livro Comunicação Organizacional, no capítulo 5, confiram nossa contribuição no texto “A perspectiva sistêmico-comunicacionaldas organizações e sua contribuição para os estudos da comunicação organizacional”.

Depoimento ao programa Diálogo ABERJE-Universidades

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional,Reflexões | sexta-feira, maio 1st, 2009

Comunicação interna em tempos de crise

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional,Reflexões | sexta-feira, maio 1st, 2009

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Esta entrevista foi concedida ao portal da Giornale Comunicação Empresarial:

Giornale – O momento é de crise financeira. Muitas empresas brasileiras estão demitindo e reduzindo custos. Muitas deixam de investir em comunicação interna. Qual é a sua opinião sobre isso?

Curvello – Todos os sinais sobre a crise econômico-financeira são também contraditórios. Alguns economistas têm dito que a situação brasileira, devido à nossa experiência em processos críticos, é mais favorável do que a de outros países. E que o aumento no número de demissões que temos visto agora seria mais uma ação preventiva, do que propriamente uma saída encontrada para “salvar”, pelo menos em termos financeiros, os balanços das empresas. É certo, porém, que setores baseados na exportação de bens para países que estão em situação mais vulnerável foram e ainda serão afetados pelo efeito sistêmico da crise. Outras empresas, principalmente as internacionais, têm adotado medidas lineares no mundo todo e os cortes de pessoas acabam aparecendo como uma solução para obter resultados rápidos, independentemente da situação local. E há, ainda, aquelas empresas que, na contramão dos discursos de responsabilidade social, e mesmo com o apoio público por meio de empréstimos e de incentivos fiscais, acabam por demitir grandes contingentes de funcionários e praticando o que já se esperava estar superado: a socialização dos prejuízos projetados e a privatização dos lucros realizados.

É essa visão de curto-prazo que vejo como problema, pois induz a tomadas de decisão limitadas pelo viés do momento, que apenas se baseiam na proteção ao risco. Nessas horas, cortam-se despesas e, principalmente, investimentos. Como as áreas financeiras, conceitualmente, incluem os esforços de comunicação como despesa, é previsível que venham a reduzir ou cortar o que consideram “não-essencial”. Mas, como desconhecem o real poder da comunicação, ao fazerem isso, acabam por estrangular a própria organização.

Para mim, em horas como essa é que se deveria investir mais na informação, nas negociações, no compartilhamento de idéias, de impressões e projeções, na construção da confiança entre as pessoas e entre essas e a empresa. Já virou lugar-comum dizer que as crises trazem oportunidades. No caso das empresas que aproveitam o momento para reforçar a coesão interna, essa expressão pode se transformar em realidade. Só um grupo coeso pode enfrentar qualquer turbulência.

Giornale – A comunicação é um fator para superar a crise?

Curvello – A comunicação para mim, e para muitos teóricos da sociedade e das organizações, é vital para a própria existência organizacional. Não há organizações sem comunicação.
As organizações são sistemas de comunicação, sistemas em permanente conversação interna e com todos os públicos de interesse. Mesmo em silêncio, emitem discursos impregnados de informação e de significação.

Penso a gestão da comunicação interna como conjunto de ações planejadas e pensadas estrategicamente e que a organização coordena com o objetivo de ouvir, informar, mobilizar, educar e manter coesão interna em torno de valores que precisam ser reconhecidos e compartilhados por todos e que podem contribuir para a construção de uma boa imagem pública. Por isso, não tenho a mínima dúvida de que a comunicação é, sim, essencial para a superação desta e de outras crises.

Para ilustrar, cito duas pesquisas que reforçam essa tese de que a comunicação interna pode ajudar a superar problemas. Uma, conduzida pelo Hay Group, concluiu que as empresas mais admiradas da revista Fortune aumentaram seu valor em 50% sobre seus concorrentes depois de instituir programas mais fortes de comunicação interna. Outro estudo, realizado pela McKinsey, em 2003, concluiu que 67% das vendas de bens de consumo está baseada no boca a boca, sugerindo como primordial o papel que os empregados podem exercer na concretização de vendas de produtos ou serviços nos seus círculos sociais e familiares.

Giornale – Fale sobe o que pensa sobre o colaborador como agente comunicador.

Curvello – Há mais de dez anos defendo a tese de que a principal colaboração de um profissional de comunicação nas organizações está em educar para a comunicação. Não no sentido restrito de que todos passem a dominar as técnicas, mas principalmente para que compreendam os processos comunicativos. E, compreendendo, contribuam – cada qual a seu modo – para o livre trânsito de informações, para o esclarecimento de dúvidas, para o cumprimento dos compromissos assumidos com colegas e com clientes, por exemplo.

Cada colaborador é, sim, protagonista do processo de comunicação de uma organização, pois cada ato, gesto, fala ou mesmo o seu silêncio transmite discursos que serão recebidos, processados e interpretados pelos públicos com que interagem.

Giornale – Se não há como investir, como reinventar a comunicação interna?

Curvello – Reinventar a comunicação, para mim, passa por pensá-la para além das mídias tradicionais. Passa por utilizar em toda sua capacidade as tecnologias que já estão aí disponíveis, como as que permitem montar redes sociais e comunidades de prática e de aprendizado. Passa, também, por incluir conteúdos sobre os processos de comunicação em cada curso ou treinamento da empresa. Passa por desenvolver e aperfeiçoar as competências conversacionais, principalmente a escuta dos anseios e desejos muitas vezes ocultos nas empresas. Passa compartilhar e explicar cada decisão tomada. Passa por dar sinais de que confiamos nas pessoas.

Giornale – O senhor tem exemplos de corporações que se destacam em relação à comunicação interna, apesar da crise financeira?

Curvello – Agora, no momento da crise, uma empresa que tem levado suas questões internas a público tem sido a Vale, que apesar de já ter demitido no final de 2008, parece ter adotado uma nova postura e investido na negociação com os sindicatos e no estabelecimento de acordos com vistas a não mais demitir. Esse caminho pode ser mais trabalhoso e complexo, mas me parece ser coerente com uma empresa que diz ter visão estratégica e de longo prazo.

Do ponto de vista das políticas de comunicação, há alguns anos a Gerdau, mesmo que de maneira discreta, vem se constituindo numa referência. Há outras empresas que têm procurado manter laços fortes com suas equipes de trabalho.

Giornale – Independente da crise, quais são os novos caminhos da comunicação interna?

Curvello – O primeiro passo é ter em mente que comunicação interna é um processo inerente à vida organizacional, que precisa ser fomentado diariamente e não só em situações de risco, conflito ou crise.

É preciso, ainda, superar preconceitos e medos infundados e criar bases de confiança, que permitam usar plenamente todo o potencial das tecnologias como intranet e redes sociais, por exemplo, sem as amarras que hoje ainda impomos ao livre trânsito de idéias, para que a interatividade ajude a fomentar a criatividade,. Além de investir no respeito à diversidade e à autonomia dos públicos internos.

É necessário derrubar alguns mitos desenvolvidos no campo da gestão, como o de que o sentido está nas palavras, ou que comunicação e informação são sinônimos, ou ainda que a comunicação não requer muito esforço, ou que é um produto que pode ser conduzido como qualquer outro ou ainda que bons oradores são bons comunicadores.

Ao contrário, uma comunicação interna eficaz é aquela que contribui para dar sentido à vida organizacional, que busca o equilíbrio entre as necessidades da organização e as de seus principais públicos e que mobiliza todos os segmentos de uma empresa para uma cultura de diálogo, inovação e participação.

Para que se efetive, repito aqui o que venho escrevendo e propagando há alguns anos, é necessário que os gestores permitam a todos conhecer a direção estratégica a partir de vínculos constantes entre objetivos de longo prazo e ações diárias. É preciso sensibilizar todos os segmentos para a importância de manter relações transparentes e honestas com os diversos públicos e disseminar a visão de que a comunicação é responsabilidade de todos, não só da área técnica ou de uma empresa prestadora de serviços especializados. E, principalmente, investir na educação para a comunicação, a colaboração e o compartilhamento de informações, em todos os níveis. Pois, mais do que persuasão e controle, comunicação é essencialmente diálogo, participação e compreensão.

E a lanchonete também tirou a máscara

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional | sexta-feira, agosto 29th, 2008

Nos últimos posts tenho insistido muito na necessidade de separarmos o joio do trigo quando falamos de responsabilidade social.

Hoje, por exemplo, ouvi uma pérola radiofônica que merece reflexão.

Uma conhecida rede internacional de lanchonetes, que uma vez por ano realiza um dia especial de vendas de um de seus mais famosos sanduíches, em benefício de instituições que atuam no combate ao câncer infantil, anunciava em um spot de rádio esse benemérito dia. Até aí, nada de mais.

O conteúdo da mensagem, porém, é que vinha impregnado de significados. No spot, uma criança, reconhecida pela voz, dizia para sua mãe que o referido sanduíche fazia bem à saúde. No caso, não pelas qualidades nutritivas do produto, mas pela destinação das vendas desse dia especial para o combate à enfermidade. Depois, uma locução em off anunciava os detalhes para participação do público. Ao final, porém, numa espécie de debafo, o jovem emite em tom entediado a expressão “brócolis”, como quem usou todo o discurso para evitar comer o que havia sido oferecido pela mãe.

Alguns dirão que gosto não se discute. Mas o que está em discussão aqui é o teor da mensagem que diz: contribua com a saúde, mesmo abdicando de consumir produtos saudáveis. Na tentativa de vender um discurso institucional purificador, por um lado, e de aproveitar, por outro, a mensagem para dizer que seu produto é mais gostoso do que a outra opção saudável, essa benemérita organização praticamente desnudou-se da máscara de empresa socialmente responsável.

Campanha chilena desmascara falsos “responsáveis sociais”

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional | domingo, julho 13th, 2008

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No post anterior falei um pouco sobre a hipocrisia de algumas organizações que se dizem socialmente responsáveis apenas para agregar valor à sua imagem. Uma prova de que esse discurso é muitas vezes falso pode ser verificada a partir dessa campanha lançada recentemente no Chile, e que desmascara todo o segmento da indústria do salmão, explorando justamente as incoerências entre o discurso que valoriza as ações sociais, por um lado, e as práticas predatórias e desumanas nas relações de trabalho, por outro.

Essa informação foi originalmente postada no blog Comunicação de Interesse Público, do Ig.

“A Oxfam (organização internacional contra pobreza, sofrimento e injustiça) e a Terram (ong chilena) lançaram a campanha no te lo tragues para informar e sensibilizar o Chile sobre o impacto que a indústria do salmão tem no mercado de trabalho e no meio ambiente ‘A indústria do salmão alimenta o sul do Chile, mas a custa de seus funcionários; promove o esporte, mas seus funcionários trabalham 60 horas por semana; destina recursos às bibliotecas da região, mas tem um das maiores taxas de risco de acidente de trabalho do país; mais de 20 mil mulheres trabalham nessa indústria, mas em condições precárias e com sérias conseqüências para saúde’, denunciam os anúncios. A criação é da agência Carvavilla Boutique Creativa.”

Inserção Comunitária e Responsabilidade Social

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional,Reflexões | sábado, julho 12th, 2008

Um termo criado há mais de 40 anos na esfera das Relações Públicas tem ocupado as mentes de executivos de organizações públicas e privadas. Trata-se do conceito de responsabilidade social. Na maior parte das vezes, confundido com ações sociais que se expressam pela destinação de parte dos ganhos financeiros para financiamento de indivíduos identificados como carentes e de projetos liderados por organizações sem fins lucrativos. Em muitos casos, há apenas o interesse em associar a marca a projetos comunitários, obter isenções fiscais e, claro, melhorar a imagem junto à sociedade. Não é por acaso que esse tipo de atitude já começa a ser taxada de oportunista.

Entretanto, a essência do conceito vai muito além da destinação de parte das receitas a projetos de terceiros. Há empresas – que felizmente já não são poucas – que além de apoiarem projetos emancipatórios junto à comunidade, incorporam a responsabilidade social de tal forma em seu cotidiano, que passam a ser verdadeiramente responsáveis nas relações de trabalho, na produção e na oferta de seus serviços, nas múltiplas relações que mantém com seus diversos públicos. Essas sabem que a responsabilidade social não é só uma ação imediatista que precisam desenvolver para melhorar sua imagem. Sabem que ser socialmente responsável é assumir o compromisso histórico e verdadeiro com a ética, com a inclusão e com a cooperação. Sabem que precisam participar das redes que se formam para construir um mundo mais justo e mais digno. Sabem, em suma, que mais do que agregar valor a suas imagens, precisam agregar valor à sociedade em que estão inseridas.

Como construir credibilidade nas relações com a imprensa

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional | sexta-feira, maio 9th, 2008

Atender à imprensa com rapidez, objetividade e honestidade é bom negócio para as empresas.

A imprensa pode não fazer com que os públicos pensem exatamente como desejam seus articulistas, mas consegue nos induzir sobre o que devemos pensar. Esse é o chamado poder de agenda dos meios de comunicação. Uma vez na pauta, um assunto vai repercutir de alguma maneira junto à sociedade.

Há muito tempo, grandes corporações já perceberam as vantagens de estar ao lado da mídia, literalmente pegando carona nas ondas da cobertura jornalística ou por meio da ação estratégica de suas assessorias de comunicação, ao sugerir temas e conteúdos.

Para organizações de menor porte, que nem sempre contam com estruturas formais de comunicação, as relações com a imprensa podem ser tensas por diversas razões. Uma delas pode estar na tradicional aversão à notícia, provocada pelo receio da distorção da informação. A imprensa que hoje pode ser uma aliada na divulgação de produtos e serviços, amanhã pode ser aquela que denuncia alguma irregularidade e expõe as possíveis falhas do negócio. Como confiar, portanto, nos jornalistas?

Primeiro, é preciso entender que atuam sob pressão: correm contra o tempo cada vez mais comprimido, precisam cumprir metas e objetivos e exercem várias funções. Seguem regras profissionais e se baseiam em critérios que definem o que é e o que não é notícia, como representatividade da fonte, número de pessoas envolvidas e alcance social. Às vezes, a inauguração de uma nova loja pode ser a notícia mais importante para a empresa, mas para os jornalistas trata-se de um fato rotineiro que, ponderado com outros tantos fatos acontecidos no dia, de igual ou maior importância, não gera interesse imediato para a sociedade. Portanto, as visões podem ser diferentes. E o que fazer, então, quando a imprensa bate às portas da empresa na busca por informações ou mesmo na tentativa de agendar entrevistas?

Sabe-se que é no espaço editorial de um veículo de comunicação, diferentemente do espaço comercial em que se publicam anúncios, que se constrói a credibilidade. Essa possibilidade de passar pelo crivo da notícia e obter o reconhecimento público pela qualidade de um serviço, por exemplo, certamente será um diferencial competitivo.

Para isso, porém, é preciso primeiro superar a timidez e o medo de se expor, além de evitar dar aos jornalistas um tratamento burocrático ou deixar a imprensa sem resposta. Ainda que não seja oportuno atender ao jornalista naquela hora e instante, pergunte sempre “qual é o seu deadline?” (ou “qual o seu prazo?”). E, claro, receba-o assim que estiver disponível e devidamente preparado.

Outro conselho passa pelo esforço em ser objetivo, sucinto mesmo, quando se fala para qualquer dos meios (rádio, televisão, jornal, revistas, internet). Uma frase curta tem mais chances de ser aproveitada no texto do jornalista do que longos parágrafos e explicações.

Também se aconselha a não discriminar jornalistas e veículos pelo porte do jornal ou da emissora. Todos têm públicos cativos que podem ser afetados pela informação ou pela falta de informação. Outra questão importante é o respeito à verdade, pois como bem lembra Ruy Altenfelder, ex-presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, “quem não diz o que é permite que pensem e afirmem aquilo que não é”.

É preciso, ainda, ter cuidado com alguns mercadores do jornalismo (sim, eles também existem), que literalmente vendem espaços e matérias nos seus veículos. O que pode parecer inicialmente um grande negócio, certamente terá repercussões negativas, porque os públicos sabem muito bem discernir o joio do trigo quando se trata de credibilidade jornalística.

Assim como é possível encantar o cliente com um bom atendimento, esses cuidados ao se relacionar com a imprensa, podem de alguma forma encantar e até mesmo fidelizar o jornalista, de tal maneira que ele voltará a buscar informações. É o momento em que o empresário ou executivo ganha o status de fonte e pode efetivamente posicionar sua empresa como uma organização responsável e comprometida com a ética e a transparência.

Pesquisa sobre Comunicação Interna

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional | terça-feira, abril 22nd, 2008

A ABERJE – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial divulgou no final de 2007 mais uma rodada de sua já tradicional pesquisa sobre a comunicação interna nas empresas. Participaram da amostra 164 das maiores empresas brasileiras.

O interessante dessa pesquisa é a possibilidade de acompanhar a evolução do pensamento estratégico na área e também as mudanças de perfis quanto ao uso das mídias internas, desde 2002, ano da primeira edição.

Você pode fazer o download da versão em PDF neste link.

O clássico termo Comunicação Interna, no entanto, vem sendo questionado em razão das limitações da chamada visão “geográfica” do público e também em função das profundas mudanças nas relações de trabalho. Sobre esse assunto, voltaremos a falar em outro post.

Sobre as publicações impressas

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional | sábado, abril 12th, 2008

Nesta semana, depois de apresentar em aula o resultado de uma pesquisa que atestava a crescente substituição das mídias impressas pelas eletrônicas no ambiente da comunicação organizacional, uma aluna perguntou qual minha opinião sobre o uso das publicações impressas pelas organizações.

Lembrei, então, de uma entrevista que realizaram comigo, há quase 10 anos, para o effe,B Magazine, publicado pela effe,B Editora, de São Paulo. Hoje, relendo a referida entrevista, percebo que ainda penso dessa forma sobre o uso dos meios impressos. Creio que vale a pena compartilhar:

effe,B – Qual a importância para uma empresa ter revista ou informativo?

Curvello – Nos últimos anos, a comunicação empresarial ganhou status de instância estratégica para que as empresas alcancem seus objetivos e satisfaçam às necessidades de seus públicos. Assim, verificamos um grande aumento na demanda por novos veículos e canais para atingir a esses públicos. Do velho e único “jornalzinho de empresa”, migramos para uma gama de novos meios que passam por TVs, Rádios Corporativas, eventos estratégicos, até chegarmos à Internet e à Intranet, que estão revolucionando o modo de conceber e fazer comunicação.

Mas apesar dessa gama de novos veículos, eletrônicos na sua maioria, vislumbra-se também um grande espaço para revistas e informativos impressos, uma vez que esses meios garantem portabilidade, acesso e possibilidade de tratamento em profundidade que fazem com que não possam, ainda, ser totalmente substituídos pelos chamados “veículos quentes”.

effe,B – Para que serve a revista ou informativo empresarial?

Curvello – As revistas ou informativos empresariais servem para falar com o empregado fora do ambiente de trabalho ou com o cliente, quando ele já nem se lembra da empresa. Ou seja, revistas ou informativos tem essa possibilidade de levar a empresa aos seus públicos estratégicos onde esses públicos estão.

Servem para informar, estimular e integrar a empresa a seus públicos. E como já disse, alguns temas exigem espaço e tratamento mais profundo, o que só pode ser exercido em um veículo impresso.

effe,B – Toda empresa deve ter um meio de comunicação com clientes e funcionários? Por quê?

Curvello – Clientes e funcionários são públicos estratégicos para o sucesso de qualquer empresa e, como tal, não podem deixar de ser informados. Tenho visto, nos últimos tempos, uma opção de algumas empresas pelos chamados veículos para público misto (empregados, fornecedores, clientes, etc.) Acredito que essa opção é muitas vezes adotada em razão de economia. Mas ainda sou favorável ao tratamento segmentado dos públicos, pois as pesquisas indicam que a comunicação dirigida alcança melhores resultados do que a comunicação massiva.

effe, B – Qual o momento para a empresa decidir fazer uma revista?

Curvello – Quando decide crescer. Porque para uma empresa pequena, na maioria das vezes, não se justifica o investimento. Mas se a empresa planeja crescer, uma revista pode ajudar muito nos esforços de integração dos empregados ou de fidelização e ampliação da base de clientes. Juntamente com outros veículos, a empresa pode montar um mix de produtos de comunicação que ampliam em muito o alcance das mensagens corporativas.

effe, B – Por que procurar uma empresa especializada, com serviços de jornalismo, arte e diagramação ao invés de produzir a revista no próprio RH ou marketing, por exemplo?

Curvello – Essa é uma tendência que me parece irreversível. Os departamentos de comunicação e de marketing e até mesmo o de RH estão sendo muito mais demandados como formuladores de estratégia do que como executores de tarefas de comunicação. As equipes estão ficando cada vez mais reduzidas e as empresas já não querem só o técnico, mas aquele profissional dotado de competências como sensibilidade, criatividade e visão sistêmica. E em razão das necessidades de enxugar estruturas, cortas gastos e focar suas atividades no negócio da empresa, muitas atividades devem mesmo ser terceirizadas. A produção de revistas, informativos, eventos, etc. se enquadram nessa gama de atividades.

effe, B – É importante que este produto seja escrito com linguagem apropriada e seja visualmente bonito?

Curvello – Sem dúvida. Porque já vimos que a concorrência com outros meios bastante dinâmicos exige um tratamento de qualidade editorial e gráfica no mínimo excelente, para que se obtenha a atenção dos leitores.

effe, B – Como está o mercado de publicações empresariais no Brasil em relação ao mundo?

Curvello – Eu diria que a forte concorrência levou o mercado de publicações empresariais no Brasil a atingir um nível de profissionalismo que o aproxima do que de melhor se faz no exterior. O grande problema ainda está relacionado aos custos. Apesar dos avanços tecnológicos na área editorial, os custos de produção e impressão ainda continuam muito altos. A redução desses custos poderia ampliar ainda mais o mercado.

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