Mestrado em Comunicação da UCB abre seleção para 2010

João J. A. Curvello | Pós-Graduação | segunda-feira, setembro 14th, 2009

O Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Católica de Brasília (UCB) abriu novo processo seletivo para ingresso de alunos regulares em 2010. As inscrições estarão abertas, até o dia 06 de novembro. ,

O Edital e todas as demais informações sobre o Mestrado podem ser acessados neste endereço: www.poscomunicacao.ucb.br.

Margarida Kunsch lança três novos livros

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional,Reflexões,Teorias | domingo, agosto 9th, 2009

A professora Margarida Kunsch, da USP, lança nesta terça-feira, dia 11, às 19 horas, na Livraria da Vila, em São Paulo, três novos livros que expressam o pensamento contemporâneo brasileiro de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas.

Muito nos honra ter participado deste projeto. No volume 1, do livro Comunicação Organizacional, no capítulo 5, confiram nossa contribuição no texto “A perspectiva sistêmico-comunicacionaldas organizações e sua contribuição para os estudos da comunicação organizacional”.

Adeus, GM. E também a todo um modelo insustentável baseado no transporte individual.

João J. A. Curvello | Reflexões | sábado, junho 6th, 2009

Michael Moore é assumidamente polêmico. Este artigo, publicado em seu site em 1°. de junho, refere-se à concordata da General Motors. Mas também se refere àquilo a que não mais podemos ficar inertes: a questão da falência do modelo baseado no transporte terrestre movido a petróleo. As cidades, de todos os portes, já se estão tornando inabitáveis. E o que Moore faz aqui é dar mais um grito de alerta e propor a mudança imediata de modelo. Vale ler e refletir:

ADEUS, GM

Por Michael Moore (artigo original emhttp://www.michaelmoore.com/words/message/index.php?id=248)

Escrevo na manhã que marca o fim da toda-poderosa General Motors. Quando chegar a noite, o Presidente dos Estados Unidos terá oficializado o ato: a General Motors, como conhecemos, terá chegado ao fim.

Estou sentado aqui na cidade natal da GM, em Flint, Michigan, rodeado por amigos e familiares ansiosos a respeito do futuro da GM e da cidade. 40% das casas e estabelecimentos comerciais estão abandonados por aqui. Imagine o que seria se você vivesse em uma cidade onde uma a cada duas casas estão vazias. Como você se sentiria?

É com triste ironia que a empresa que inventou a “obsolescência programada” – a decisão de construir carros que se destroem em poucos anos, assim o consumidor tem que comprar outro – tenha se tornado ela mesma obsoleta. Ela se recusou a construir os carros que o público queria, com baixo consumo de combustível, confortáveis e seguros. Ah, e que não caíssem aos pedaços depois de dois anos. A GM lutou aguerridamente contra todas as formas de regulação ambiental e de segurança. Seus executivos arrogantemente ignoraram os “inferiores” carros japoneses e alemães, carros que poderiam se tornar um padrão para os compradores de automóveis. A GM ainda lutou contra o trabalho sindicalizado, demitindo milhares de empregados apenas para “melhorar” sua produtividade a curto prazo.

No começo da década de 80, quando a GM estava obtendo lucros recordes, milhares de postos de trabalho foram movidos para o México e outros países, destruindo as vidas de dezenas de milhares de trabalhadores americanos. A estupidez dessa política foi que, ao eliminar a renda de tantas famílias americanas, eles eliminaram também uma parte dos compradores de carros. A História irá registrar esse momento da mesma maneira que registrou a Linha Maginot francesa, ou o envenenamento do
sistema de abastecimento de água dos antigos romanos, que colocaram chumbo em seus aquedutos.

Pois estamos aqui no leito de morte da General Motors. O corpo ainda não está frio e eu (ouso dizer) estou adorando. Não se trata do prazer da vingança contra uma corporação que destruiu a minha cidade natal, trazendo miséria, desestruturação familiar, debilitação física e mental, alcoolismo e dependência por drogas para as pessoas que cresceram junto comigo. Também não sinto prazer sabendo que mais de 21 mil trabalhadores da GM serão informados que eles também perderam o
emprego.

Mas você, eu e o resto dos EUA somos donos de uma montadora de carros! Eu sei, eu sei – quem no planeta Terra quer ser dono de uma empresa de carros? Quem entre nós quer ver 50 bilhões de dólares de impostos jogados no ralo para tentar salvar a GM? Vamos ser claros a respeito disso: a única forma de salvar a GM é matar a GM. Salvar a preciosa infra-estrutura industrial, no entanto, é outra conversa e deve ser prioridade máxima.

Se permitirmos o fechamento das fábricas, perceberemos que elas poderiam ter sido responsáveis pela construção dos sistemas de energia alternativos que hoje tanto precisamos. E quando nos dermos conta que a melhor forma de nos transportarmos é sobre bondes, trens-bala e ônibus limpos, como faremos para reconstruir essa infra-estrutura se deixamos morrer toda a nossa capacidade industrial e a mão-de-obra especializada?

Já que a GM será “reorganizada” pelo governo federal e pela corte de falências, aqui vai uma sugestão ao Presidente Obama, para o bem dos trabalhadores, da GM, das comunidades e da nação. 20 anos atrás eu fiz o filme “Roger & Eu”, onde tentava alertar as pessoas sobre o futuro da GM. Se as estruturas de poder e os comentaristas políticos tivessem ouvido, talvez boa parte do que está acontecendo agora pudesse ter sido evitada. Baseado nesse histórico, solicito que a seguinte ideia
seja considerada:

1. Assim como o Presidente Roosevelt fez depois do ataque a Pearl Harbor, o Presidente (Obama) deve dizer à nação que estamos em guerra e que devemos imediatamente converter nossas fábricas de carros em indústrias de transporte coletivo e veículos que usem energia alternativa. Em 1942, depois de alguns meses, a GM interrompeu sua produção de automóveis e adaptou suas linhas de montagem para
construir aviões, tanques e metralhadoras. Esta conversão não levou muito tempo. Todos apoiaram. E os nazistas foram derrotados.

Estamos agora em um tipo diferente de guerra – uma guerra que nós travamos contra o ecossistema, conduzida pelos nossos líderes corporativos. Essa guerra tem duas frentes. Uma está em Detroit. Os
produtos das fábricas da GM, Ford e Chrysler constituem hoje verdadeiras armas de destruição em massa, responsáveis pelas mudanças climáticas e pelo derretimento da calota polar.

As coisas que chamamos de “carros” podem ser divertidas de dirigir, mas se assemelham a adagas espetadas no coração da Mãe Natureza. Continuar a construir essas “coisas” irá levar à ruína a nossa espéciee boa parte do planeta.

A outra frente desta guerra está sendo bancada pela indústria do petróleo contra você e eu. Eles estão comprometidos a extrair todo o petróleo localizado debaixo da terra. Eles sabem que estão “chupando
até o caroço”. E como os madeireiros que ficaram milionários no começo do século 20, eles não estão nem aí para as futuras gerações.

Os barões do petróleo não estão contando ao público o que sabem ser verdade: que temos apenas mais algumas décadas de petróleo no planeta. À medida que esse dia se aproxima, é bom estar preparado para o surgimento de pessoas dispostas a matar e serem mortas por um litro de gasolina.

Agora que o Presidente Obama tem o controle da GM, deve imediatamente converter suas fábricas para novos e necessários usos.

2. Não coloque mais US$30 bilhões nos cofres da GM para que ela continue a fabricar carros. Em vez disso, use este dinheiro para manter a força de trabalho empregada, assim eles poderão começar a
construir os meios de transporte do século XXI.

3. Anuncie que teremos trens-bala cruzando o país em cinco anos. O Japão está celebrando o 45o aniversário do seu primeiro trem bala este ano. Agora eles já têm dezenas. A velocidade média: 265km/h. Média de atrasos nos trens: 30 segundos. Eles já têm esses trens há quase 5 décadas e nós não temos sequer um! O fato de já existir tecnologia capaz de nos transportar de Nova Iorque até Los Angeles em 17 horas de trem e que esta tecnologia não tenha sido usada é algo criminoso. Vamos contratar os desempregados para construir linhas de trem por todo o país. De Chicago até Detroit em menos de 2 horas. De Miami a Washington em menos de 7 horas. Denver a Dallas em 5h30. Isso pode ser feito agora.

4. Comece um programa para instalar linhas de bondes (veículos leves sobre trilhos) em todas as nossas cidades de tamanho médio. Construa esses trens nas fábricas da GM. E contrate mão-de-obra local para instalar e manter esse sistema funcionando.

5. Para as pessoas nas áreas rurais não servidas pelas linhas de bonde, faça com que as fábricas da GM construam ônibus energeticamente eficientes e limpos.

6. Por enquanto, algumas destas fábricas podem produzir carros híbridos ou elétricos (e suas baterias). Levará algum tempo para que as pessoas se acostumem às novas formas de se transportar, então se
ainda teremos automóveis, que eles sejam melhores do que os atuais. Podemos começar a construir tudo isso nos próximos meses (não acredite em quem lhe disser que a adaptação das fábricas levará alguns anos – isso não é verdade).

7. Transforme algumas das fábricas abandonadas da GM em espaços para moinhos de vento, painéis solares e outras formas de energia alternativa. Precisamos de milhares de painéis solares imediatamente. E temos mão-de-obra capacitada a construí-los.

8. Dê incentivos fiscais àqueles que usem carros híbridos, ônibus ou trens. Também incentive os que convertem suas casas para usar energia alternativa.

9. Para ajudar a financiar este projeto, coloque US$ 2,00 de imposto em cada galão de gasolina. Isso irá fazer com que mais e mais pessoas convertam seus carros para modelos mais econômicos ou passem a usar as novas linhas de bondes que os antigos fabricantes de automóveis irão construir.

Bom, esse é um começo. Mas por favor, não salve a General Motors, já que uma versão reduzida da companhia não fará nada a não ser construir mais Chevys ou Cadillacs. Isso não é uma solução de longo prazo.

Cem anos atrás, os fundadores da General Motors convenceram o mundo a desistir dos cavalos e carroças por uma nova forma de locomoção. Agora é hora de dizermos adeus ao motor a combustão. Parece que ele nos serviu bem durante algum tempo. Nós aproveitamos restaurantes drive-thru. Nós fizemos sexo no banco da frente – e no de trás também. Nós assistimos filmes em cinemas drive-in, fomos à corridas de Nascar ao redor do país e vimos o Oceano Pacífico pela primeira vez através
da janela de um carro na Highway 1. E agora isso chegou ao fim. É um novo dia e um novo século. O Presidente – e os sindicatos dos trabalhadores da indústria automobilística – devem aproveitar esse momento para fazer uma bela limonada com este limão amargo e triste.

Ontem, a último sobrevivente do Titanic morreu. Ela escapou da morte certa naquela noite e viveu por mais 97 anos. Nós podemos sobreviver ao nosso Titanic em todas as “Flint – Michigans” deste país. 60% da General Motors é nossa. E eu acho que nós podemos fazer um trabalho melhor.

Depoimento ao programa Diálogo ABERJE-Universidades

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional,Reflexões | sexta-feira, maio 1st, 2009

Comunicação interna em tempos de crise

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional,Reflexões | sexta-feira, maio 1st, 2009

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Esta entrevista foi concedida ao portal da Giornale Comunicação Empresarial:

Giornale – O momento é de crise financeira. Muitas empresas brasileiras estão demitindo e reduzindo custos. Muitas deixam de investir em comunicação interna. Qual é a sua opinião sobre isso?

Curvello – Todos os sinais sobre a crise econômico-financeira são também contraditórios. Alguns economistas têm dito que a situação brasileira, devido à nossa experiência em processos críticos, é mais favorável do que a de outros países. E que o aumento no número de demissões que temos visto agora seria mais uma ação preventiva, do que propriamente uma saída encontrada para “salvar”, pelo menos em termos financeiros, os balanços das empresas. É certo, porém, que setores baseados na exportação de bens para países que estão em situação mais vulnerável foram e ainda serão afetados pelo efeito sistêmico da crise. Outras empresas, principalmente as internacionais, têm adotado medidas lineares no mundo todo e os cortes de pessoas acabam aparecendo como uma solução para obter resultados rápidos, independentemente da situação local. E há, ainda, aquelas empresas que, na contramão dos discursos de responsabilidade social, e mesmo com o apoio público por meio de empréstimos e de incentivos fiscais, acabam por demitir grandes contingentes de funcionários e praticando o que já se esperava estar superado: a socialização dos prejuízos projetados e a privatização dos lucros realizados.

É essa visão de curto-prazo que vejo como problema, pois induz a tomadas de decisão limitadas pelo viés do momento, que apenas se baseiam na proteção ao risco. Nessas horas, cortam-se despesas e, principalmente, investimentos. Como as áreas financeiras, conceitualmente, incluem os esforços de comunicação como despesa, é previsível que venham a reduzir ou cortar o que consideram “não-essencial”. Mas, como desconhecem o real poder da comunicação, ao fazerem isso, acabam por estrangular a própria organização.

Para mim, em horas como essa é que se deveria investir mais na informação, nas negociações, no compartilhamento de idéias, de impressões e projeções, na construção da confiança entre as pessoas e entre essas e a empresa. Já virou lugar-comum dizer que as crises trazem oportunidades. No caso das empresas que aproveitam o momento para reforçar a coesão interna, essa expressão pode se transformar em realidade. Só um grupo coeso pode enfrentar qualquer turbulência.

Giornale – A comunicação é um fator para superar a crise?

Curvello – A comunicação para mim, e para muitos teóricos da sociedade e das organizações, é vital para a própria existência organizacional. Não há organizações sem comunicação.
As organizações são sistemas de comunicação, sistemas em permanente conversação interna e com todos os públicos de interesse. Mesmo em silêncio, emitem discursos impregnados de informação e de significação.

Penso a gestão da comunicação interna como conjunto de ações planejadas e pensadas estrategicamente e que a organização coordena com o objetivo de ouvir, informar, mobilizar, educar e manter coesão interna em torno de valores que precisam ser reconhecidos e compartilhados por todos e que podem contribuir para a construção de uma boa imagem pública. Por isso, não tenho a mínima dúvida de que a comunicação é, sim, essencial para a superação desta e de outras crises.

Para ilustrar, cito duas pesquisas que reforçam essa tese de que a comunicação interna pode ajudar a superar problemas. Uma, conduzida pelo Hay Group, concluiu que as empresas mais admiradas da revista Fortune aumentaram seu valor em 50% sobre seus concorrentes depois de instituir programas mais fortes de comunicação interna. Outro estudo, realizado pela McKinsey, em 2003, concluiu que 67% das vendas de bens de consumo está baseada no boca a boca, sugerindo como primordial o papel que os empregados podem exercer na concretização de vendas de produtos ou serviços nos seus círculos sociais e familiares.

Giornale – Fale sobe o que pensa sobre o colaborador como agente comunicador.

Curvello – Há mais de dez anos defendo a tese de que a principal colaboração de um profissional de comunicação nas organizações está em educar para a comunicação. Não no sentido restrito de que todos passem a dominar as técnicas, mas principalmente para que compreendam os processos comunicativos. E, compreendendo, contribuam – cada qual a seu modo – para o livre trânsito de informações, para o esclarecimento de dúvidas, para o cumprimento dos compromissos assumidos com colegas e com clientes, por exemplo.

Cada colaborador é, sim, protagonista do processo de comunicação de uma organização, pois cada ato, gesto, fala ou mesmo o seu silêncio transmite discursos que serão recebidos, processados e interpretados pelos públicos com que interagem.

Giornale – Se não há como investir, como reinventar a comunicação interna?

Curvello – Reinventar a comunicação, para mim, passa por pensá-la para além das mídias tradicionais. Passa por utilizar em toda sua capacidade as tecnologias que já estão aí disponíveis, como as que permitem montar redes sociais e comunidades de prática e de aprendizado. Passa, também, por incluir conteúdos sobre os processos de comunicação em cada curso ou treinamento da empresa. Passa por desenvolver e aperfeiçoar as competências conversacionais, principalmente a escuta dos anseios e desejos muitas vezes ocultos nas empresas. Passa compartilhar e explicar cada decisão tomada. Passa por dar sinais de que confiamos nas pessoas.

Giornale – O senhor tem exemplos de corporações que se destacam em relação à comunicação interna, apesar da crise financeira?

Curvello – Agora, no momento da crise, uma empresa que tem levado suas questões internas a público tem sido a Vale, que apesar de já ter demitido no final de 2008, parece ter adotado uma nova postura e investido na negociação com os sindicatos e no estabelecimento de acordos com vistas a não mais demitir. Esse caminho pode ser mais trabalhoso e complexo, mas me parece ser coerente com uma empresa que diz ter visão estratégica e de longo prazo.

Do ponto de vista das políticas de comunicação, há alguns anos a Gerdau, mesmo que de maneira discreta, vem se constituindo numa referência. Há outras empresas que têm procurado manter laços fortes com suas equipes de trabalho.

Giornale – Independente da crise, quais são os novos caminhos da comunicação interna?

Curvello – O primeiro passo é ter em mente que comunicação interna é um processo inerente à vida organizacional, que precisa ser fomentado diariamente e não só em situações de risco, conflito ou crise.

É preciso, ainda, superar preconceitos e medos infundados e criar bases de confiança, que permitam usar plenamente todo o potencial das tecnologias como intranet e redes sociais, por exemplo, sem as amarras que hoje ainda impomos ao livre trânsito de idéias, para que a interatividade ajude a fomentar a criatividade,. Além de investir no respeito à diversidade e à autonomia dos públicos internos.

É necessário derrubar alguns mitos desenvolvidos no campo da gestão, como o de que o sentido está nas palavras, ou que comunicação e informação são sinônimos, ou ainda que a comunicação não requer muito esforço, ou que é um produto que pode ser conduzido como qualquer outro ou ainda que bons oradores são bons comunicadores.

Ao contrário, uma comunicação interna eficaz é aquela que contribui para dar sentido à vida organizacional, que busca o equilíbrio entre as necessidades da organização e as de seus principais públicos e que mobiliza todos os segmentos de uma empresa para uma cultura de diálogo, inovação e participação.

Para que se efetive, repito aqui o que venho escrevendo e propagando há alguns anos, é necessário que os gestores permitam a todos conhecer a direção estratégica a partir de vínculos constantes entre objetivos de longo prazo e ações diárias. É preciso sensibilizar todos os segmentos para a importância de manter relações transparentes e honestas com os diversos públicos e disseminar a visão de que a comunicação é responsabilidade de todos, não só da área técnica ou de uma empresa prestadora de serviços especializados. E, principalmente, investir na educação para a comunicação, a colaboração e o compartilhamento de informações, em todos os níveis. Pois, mais do que persuasão e controle, comunicação é essencialmente diálogo, participação e compreensão.

Participe e ajude

João J. A. Curvello | Sem Categoria | segunda-feira, dezembro 1st, 2008

blogs

www.desastre.sc.gov.br

Mestrado em Comunicação da UCB abre inscrições para 2009

João J. A. Curvello | Pós-Graduação | sexta-feira, outubro 3rd, 2008

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O Mestrado em Comunicação da Universidade Católica de Brasília está com inscrições abertas, até 06 de fevereiro de 2009, para a seleção de alunos regulares com ingresso previsto para 2009. No total, são seis vagas remascentes.

De 26 a 30 de janeiro, também serão reabertas as inscrições para alunos especiais.

A área de concentração é a de Processos Comunicacionais. As linhas de pesquisa são Processos Comunicacionais na Cultura Mediática e Processos Comunicacionais nas Organizações. Mais informações podem ser obtidas pelo site www.poscomunicacao.ucb.br.

E a lanchonete também tirou a máscara

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional | sexta-feira, agosto 29th, 2008

Nos últimos posts tenho insistido muito na necessidade de separarmos o joio do trigo quando falamos de responsabilidade social.

Hoje, por exemplo, ouvi uma pérola radiofônica que merece reflexão.

Uma conhecida rede internacional de lanchonetes, que uma vez por ano realiza um dia especial de vendas de um de seus mais famosos sanduíches, em benefício de instituições que atuam no combate ao câncer infantil, anunciava em um spot de rádio esse benemérito dia. Até aí, nada de mais.

O conteúdo da mensagem, porém, é que vinha impregnado de significados. No spot, uma criança, reconhecida pela voz, dizia para sua mãe que o referido sanduíche fazia bem à saúde. No caso, não pelas qualidades nutritivas do produto, mas pela destinação das vendas desse dia especial para o combate à enfermidade. Depois, uma locução em off anunciava os detalhes para participação do público. Ao final, porém, numa espécie de debafo, o jovem emite em tom entediado a expressão “brócolis”, como quem usou todo o discurso para evitar comer o que havia sido oferecido pela mãe.

Alguns dirão que gosto não se discute. Mas o que está em discussão aqui é o teor da mensagem que diz: contribua com a saúde, mesmo abdicando de consumir produtos saudáveis. Na tentativa de vender um discurso institucional purificador, por um lado, e de aproveitar, por outro, a mensagem para dizer que seu produto é mais gostoso do que a outra opção saudável, essa benemérita organização praticamente desnudou-se da máscara de empresa socialmente responsável.

Campanha chilena desmascara falsos “responsáveis sociais”

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional | domingo, julho 13th, 2008

salmao

No post anterior falei um pouco sobre a hipocrisia de algumas organizações que se dizem socialmente responsáveis apenas para agregar valor à sua imagem. Uma prova de que esse discurso é muitas vezes falso pode ser verificada a partir dessa campanha lançada recentemente no Chile, e que desmascara todo o segmento da indústria do salmão, explorando justamente as incoerências entre o discurso que valoriza as ações sociais, por um lado, e as práticas predatórias e desumanas nas relações de trabalho, por outro.

Essa informação foi originalmente postada no blog Comunicação de Interesse Público, do Ig.

“A Oxfam (organização internacional contra pobreza, sofrimento e injustiça) e a Terram (ong chilena) lançaram a campanha no te lo tragues para informar e sensibilizar o Chile sobre o impacto que a indústria do salmão tem no mercado de trabalho e no meio ambiente ‘A indústria do salmão alimenta o sul do Chile, mas a custa de seus funcionários; promove o esporte, mas seus funcionários trabalham 60 horas por semana; destina recursos às bibliotecas da região, mas tem um das maiores taxas de risco de acidente de trabalho do país; mais de 20 mil mulheres trabalham nessa indústria, mas em condições precárias e com sérias conseqüências para saúde’, denunciam os anúncios. A criação é da agência Carvavilla Boutique Creativa.”

Inserção Comunitária e Responsabilidade Social

João J. A. Curvello | Comunicação Organizacional,Reflexões | sábado, julho 12th, 2008

Um termo criado há mais de 40 anos na esfera das Relações Públicas tem ocupado as mentes de executivos de organizações públicas e privadas. Trata-se do conceito de responsabilidade social. Na maior parte das vezes, confundido com ações sociais que se expressam pela destinação de parte dos ganhos financeiros para financiamento de indivíduos identificados como carentes e de projetos liderados por organizações sem fins lucrativos. Em muitos casos, há apenas o interesse em associar a marca a projetos comunitários, obter isenções fiscais e, claro, melhorar a imagem junto à sociedade. Não é por acaso que esse tipo de atitude já começa a ser taxada de oportunista.

Entretanto, a essência do conceito vai muito além da destinação de parte das receitas a projetos de terceiros. Há empresas – que felizmente já não são poucas – que além de apoiarem projetos emancipatórios junto à comunidade, incorporam a responsabilidade social de tal forma em seu cotidiano, que passam a ser verdadeiramente responsáveis nas relações de trabalho, na produção e na oferta de seus serviços, nas múltiplas relações que mantém com seus diversos públicos. Essas sabem que a responsabilidade social não é só uma ação imediatista que precisam desenvolver para melhorar sua imagem. Sabem que ser socialmente responsável é assumir o compromisso histórico e verdadeiro com a ética, com a inclusão e com a cooperação. Sabem que precisam participar das redes que se formam para construir um mundo mais justo e mais digno. Sabem, em suma, que mais do que agregar valor a suas imagens, precisam agregar valor à sociedade em que estão inseridas.

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